quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A NEVE

Olá amigas/os como não posso postar nada, pois ainda não tenho máquina fotográfica, tenho andado em arrumações. Foi nessas ditas arrumações, que encontrei o livro da 3ª classe. Tem a Mocidade Portuguesa na capa e entre outros tem este poema, que eu acho que é eterno. Então digam-me se tenho ou não razão. Beijócas

A NEVE

Batem leve, levemente,
Como quem chama por mim...
Será chuva? Será gente?
Gente não é certamente
E a chuva não bate assim...

É talvez a ventania;
Mas há pouco, há poucachinho,
Nem uma agulha bulia
Na quieta melancolia
Dos pinheiros do caminho...

Quem bate assim levemente,
Com tão estranha leveza
Que mal se ouve, mal se sente?...
Não é chuva, nem é gente,
Nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía
Do azul cinzento do céu,
Branca e leve, branca e fria...
-Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!

Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente, e quando passa,
Os passos imprime e traça
Na brancura do caminho...

Augusto Gil

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